Epopeias de uma nação mentalmente marasmada produzidas sem a censura do horário nobre imposta pela sociedade.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Açim naum dá...


Fala cério, açim naum dá... A jente trabaiamo, istudamo, se esforssamo pra caranba, e as peçoas paressem naum ter conciderassão com noço esforsso. Eu naum corrígio as peçoas porque çou mais intelijente, naum. Corrígio por que num guento mais vê jente iscreveno herrado! Um ou doiz herros, tudo beim, mais iscrever coizas tão herradas ao ponto de noz faser cuaze xorar naum dá, namoral. É craze desneçeçária, sedilha aonde naum deve, jíria de enternet em redassão de comcurço...

Paresse que as peçoas estaum ficano mais piora cada dia! Naum çabem uzar, virgúla assento, ífeim. Tudo beim qe a reforma hortografica hajudou muinto com relassaum ao ífeim, mais virgúla naum mudo nada, neim dezinenssia verbau ou nomenau... muinto menuz as crace de palavraz.
Eu, como profeçor de lingoa portugueza cei qe as lingoas e hindiomas ção horganizmos vivos, por qe mudão com o tenpo e vaum çe hevoluino... mais teim regraz qe naum mudão, qem mudão é çó as palavra. Poriço qe teve as mudanssa na hortografia, por qe tinha palvraz nova, e não hesqrita herrada, porezemplo.
Adolessentes perden mais tenpo na enternete escreveno herrado do qe leno um livro. Resultado diço é coizas inscrita herrada na enternet, e o pobrema vira uma bola de nevi, por qe o húnico meio de comunicassão qe eles teim taméin tá herrado, bezonhamemte herrado. É cério, a cituassão tá calamitoza. Só qem lida con iço con frecuenssia é qe çabe. É bão o polvo procura ler maiz dissionario, gramantica... Afenal, é da noça lingua qe ce trata o pobrema.
Nimguem gozta de ler palavras inscritas herrado. Eu inscrevi açim pra todo mundo ver como é rúin, mais dessidi inscrever um testo peqeno por qe naum guento maiz inscrever herrado.


OBS: Exclusivamente, os comentários para este texto não passarão por correções...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Que comece a Grande Gira!

Em pleno feriado de 7 de Setembro, estava eu ociosamente em casa, quando resolvi pegar meu filho para passarmos o dia juntos. Saí de casa, fui ao seu encontro e o trouxe em meio a sons e brincadeiras, quando, ao passar em frente à rua onde se encontra o Terreiro de Umbanda que frequento, me veio à mente a lembrança de que aquele dia teria Rito, e que eu não poderia deixar de assistir por alguma extrema importância que ainda não sabia qual era. Passei o dia com meu filho sentindo uma profunda sensação de necessidade em estar presente no Rito daquela noite, e já que sabia que me sentiria muito mal se não fosse, eu levei meu filho de volta para a mãe dele mais cedo e fui assistir aos Trabalhos.
Tudo aparentava normalidade: a chegada, a espera na fila, a entrada no Estabelecimento, a espera nos bancos da assistência... mas sentia uma energia diferente me rodear, como se a casa estivesse em uma harmonia maior comigo.
Era chegada a hora de pisar no Terreiro. Senti uma ânsia nunca sentida antes. Não fazia ideia do que aconteceria, mas estava quase eufórico; não tinha a ver com incorporação, pois algumas das minhas entidades já haviam incorporado, e sabia que era uma vibração diferente. Aquela fila parecia infinita.
Finalmente chegou minha vez. Bastaram cerca de cinco minutos... pus-me em frente ao Caboclo, e ele olhando-me por completo, meneou a cabeça positivamente, soprou a fumaça do seu charuto em mim e tudo se apagou... lembro-me dos flashes... alguns deles... já se apagaram da minha memória... mas lembro-me bem de quando recuperei a consciência, a alfazema me trazendo a lucidez, e aquela voz firme me dizia: "chegou a hora, filho."
Eu já sabia o significado daquilo, mas só pude sorrir e ouvir seus conselhos antes de voltar ao meu lugar, até então na assistência.
Terminada a Gira, tivemos um breve intervalo, e logo retornamos para fechar a Cirandeira...
- Mas, Seu Tranca...
- Tomou o banho de Cravo que eu mandei?
- Tomei sim, meu Pai...
- Então agora te quero ali na próxima Gira, ó. - disse Ele apontando para o canto do Terreiro onde ficam os Cambonos.
- Sim, essa semana ainda estarei lá.
E então, Seu Tranca me sorriu como nunca havia antes. Foi tão expressivo que senti como se meu corpo perdesse quilos...
E na Gira seguinte estava eu lá, exatamente onde ele havia apontado, e mais uma vez, o expressivo sorriso.
Fazer parte em um Templo espiritual se resume nisso: não é necessário alcançar um nível de integridade, moral ou espiritualidade. Basta que se sinta em casa, seja bem-visto pelos Irmãos-de-Santo. Não há nada melhor na vida do ser humano do que aprender e se disciplinar através do Sagrado. Não se perde oportunidades como essa, porque são únicas, raras. Mudam a vida, impulsionam no caminho evolutivo, abrem a mente, limpam os pontos de vista e nos fazem perceber a importância de cada pessoa no Mundo, através de um Mundo chamado Umbanda.